CMALV-89

Nº Inventário: CMALV 89
Denominação habitual: Bufete
Título: N/A
Dimensões:
Altura (cm): 75
Largura (cm): 79.5
Comprimento (cm): 45.5
Técnica: Torneado e entalhado

Descrição/ Historial: Bufete de tampo rectangular ligeiramente saliente, liso, formado por duas tábuas e rematado por um friso encordoado recortado ao centro. Aro com duas gavetas reais na face frontal, duas gavetas fingidas na face traseira e uma fingida em cada uma das faces laterais. As gavetas são todas almofadadas (em rolo convexo) e emolduradas por tremidos, e entre cada uma delas existe uma pequena voluta com caneluras, que se repete também em todos os cantos. A zona inferior do aro possui, por baixo de cada uma das gavetas e das volutas que as separam, almofadas rematadas em cima e em baixo por um friso encordoado. Todas as gavetas possuem ao centro espelhos ovalados em metal rendilhado, com fechadura apenas nas gavetas reais, ladeados por dois espelhos circulares, também de metal rendilhado, com puxadores de pingente. Possui quatro pernas torneadas em espiral e bolachas achatadas, com pés esferóides, e o trempe é achatado e ondulado, com urna no cruzamento. O exterior do móvel é todo em pau-santo, sendo a sua estrutura interior construída numa madeira menos nobre.
A designação deste móvel – bufete – deriva do francês buffet, mas distanciou-se dessa função inicial e, no mobiliário português, aplica-se geralmente a uma mesa de grandes dimensões, destinada a espaços de recepção. Em fotografias antigas do interior da casa, não datadas, pode ver-se o bufete colocado no escritório, numa posição diferente da que assume actualmente. Numa delas (in NOBRE, Cristina – Fotobiografia. Afonso Lopes Vieira. 1878-1946, Leiria: Imagens e Letras, 2007, p.67), da autoria do próprio Afonso Lopes Vieira, D. Helena de Aboim Lopes Vieira, sua esposa, aparece sentada a bordar junto do bufete, colocado no local onde hoje se encontra a cómoda. Noutra (in NOBRE, Cristina – Fotobiografia. Afonso Lopes Vieira. 1878-1946, Leiria: Imagens e Letras, 2007, p.52), também não datada, vê-se o poeta junto a uma das janelas do escritório, e do lado esquerdo aparece uma parte do bufete, colocado no mesmo local da fotografia anterior. Pode assim dizer-se que o escritório terá sofrido alterações na sua disposição interior ao longo do tempo da vivência do poeta e sua esposa naquele espaço, bem como alterações de funcionalidades, na medida em que poderá ter servido como uma espécie de mesa de costura, ou de apoio.

Incorporação: Doação (1947)
Localização: Casa-Museu – Escritório/Sala
Datação: Finais séc. XVII – inícios séc. XVIII
Autoria: Desconhecida