CMALV-229

Nº Inventário: CMALV 229
Denominação habitual: Reprodução de duas edículas da rosácea do túmulo de D. Pedro I, em Alcobaça.
Título: N/A

Dimensões:
Altura (cm): 18.2
Largura (cm): 45.7
Espessura (cm): 7.5
Técnica: Escultura

Descrição/ Historial: Reprodução, em gesso, de duas das edículas da rosácea esculpida na cabeceira do túmulo de D. Pedro no Mosteiro de Alcobaça, representando a Roda da Vida/ Roda da Fortuna. Seguindo a descrição feita por Carlos Alberto Ferreira de Almeida, as duas edículas do gesso em questão correspondem aos nºs 3 e 10 identificados por aquele autor, não sendo, por isso, uma representação fiel e ordenada de uma parte da rosácea, mas antes de duas cenas dispersas. Elas representam, da esquerda para a direita, a nº 3, D. Inês e D. Pedro a jogar xadrez (Vieira Natividade identificou esta cena como sendo D. Pedro e D. Inês a ler – interpretação esta que Afonso Lopes Vieira assume na sua conferência sobre D. Inês de Castro na Poesia e na Lenda, 1913 –, e segundo Montalvão Machado estariam a jogar damas), e a nº 10, D. Inês já degolada, com a sua cabeça no chão, do lado direito – “[…] Mas numa dessas pétalas da Rosa a cabeça de sol jazia no chão, decepada do que fora o colo da garça…” (in LOPES VIEIRA. Afonso – A Paixão de Pedro o Cru, Lisboa: Bertrand, 1939-40, pp.252). Cada uma das cenas está enquadrada por um arco trilobado, assim como no original. Esta reprodução possui, atrás, de uma ponta à outra, um elemento de arame que indica que ela deveria ter estado pendurada, hipótese confirmada pelo Mestre Joaquim Correia que, em entrevista realizada no âmbito do projecto Criação de um Lugar Literário – a Casa Museu Afonso Lopes Vieira, indica que ela teria estado pendurada na parede da sala, em frente às janelas. Na mesma entrevista, o Mestre informa ainda que foram feitas mais reproduções destas edículas, que Afonso Lopes Vieira terá oferecido a amigos. A opção pelas duas edículas representadas prende-se com a ideia que Afonso Lopes Vieira pretendia transmitir – e que, aliás, foi a ideia fundamental para a escrita de A Paixão de Pedro o Cru (1940)– de que tudo começa no amor (D. Pedro e D. Inês juntos num momento de lazer) e acaba na morte (D. Inês decapitada).

Incorporação: Doação (1947)
Localização: Casa-Museu – Escritório/Sala
Datação: Século XX (década de 30)
Autoria: Joaquim Correia

 

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